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“Mônica e o Desejo” (1953)
SOMMAREN MED MONIKA (VERÃO COM MÔNICA)
O objetivo desta página é compartilhar experiências culturais, especialmente na área cinematográfica. O título foi inspirado no filme “Mônica e o Desejo”, dirigido por Ingmar Bergman.

Em sua estreia, o filme foi lançado sob o título sensacionalista: Mônica, a História de uma Garota Má. Esse título não reflete a visão de Bergman, baseada na obra de Pers Anders Folgelströn.
O filme me interessou porque Mônica é uma jovem que se recusa a aceitar os papéis sociais de esposa e mãe, não abrindo mão de sua libido e liberdade juvenil. A obra é dividida em três atos: o encontro, o amor (ou verão) e o casamento. No terceiro ato, a relação desanda quando a jovem engravida e se casa, sem reflexão. Mônica, porém, não se resigna, banca seu desejo, abandonando filha e vida de casada. Polêmico, o filme debate temas atuais como gênero e o papel feminino na sociedade capitalista.
Vejo também uma crítica à sociedade de consumo e ao desejo “vazio”. O desejo, no grego, refere-se à “falta de algo” (desiderare). Mônica busca algo, sofre da “falta”. É importante refletir sobre produção artística num momento de avanço de projetos políticos de extrema direita, que visam extinguir o pensamento crítico. Como disse Freud, a cultura nasce do desejo (muitas vezes irrealizado).

Mônica Araujo Horta
A AUTORA
Mônica Cristina Araujo Lima Horta é historiadora, mestre, doutora e pós-doutora pelo Programa de
Pós-Graduação em América Latina da USP.
Atuou como analista de cultura na Secretaria de Cultura de São Bernardo do Campo e gestora do Acervo Histórico da Assembleia Legislativa de SP. Publicou artigos sobre cinema e, em 2017, o livro Fernando Birri: criação e resistência do Novo Cinema Latino-Americano. Acesse aqui!
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